«Não adiar o
amor. Uma reconciliação ou uma declaração. Não adiar mais um gesto que seja
bom. Não parar na dificuldade, no medo, naquilo que não é o nosso coração a
ditar, e que nos atemoriza. Não pôr nada de decisivo dentro de nós à espera
tempo demais. Não adiar o viver a vida o melhor que se puder. Dar valor a quem
gosta de nós, exercermos essa gratidão com humildade e autenticidade. Não adiar
um mergulho no mar, dar as mãos a quem se ama, não dar nada nem ninguém por
garantido, não adiar o dia em que se é honesto para sempre, sem trair ninguém,
a começar por nós próprios. Não adiar o cheio da terra molhada de manhã, o
brincar com os filhos, o ralhar-lhes quando é preciso.
Não adiar
mais aquele telefonema que estamos há que tempos para fazer a uma pessoa de que
gostamos, seja qual for a forma desse gostar.
Não adiar o
momento de dizer alguém que o amor começou ou acabou. O dizer bom dia. Não
adiar nenhum dos lados da vida, porque a vida esgota-se e só Deus sabe o que
virá depois, e se.»
Pedro Ribeiro
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