segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Casa de Férias*




Podia perfeitamente ser assim, e como a Ana tão bem a descreve: no meio de oliveiras e com um sentido de refúgio. Depois de muitos anos a poupar para fazer nascer um sonho. Rodeados de figueiras (as nossas favoritas, empatadas com as oliveiras e as amendoeiras), um alpendre onde viveria uma enorme buganvília e uma mesa corrida, grande, enorme, do tamanho do nosso amor e da nossa família.
A cozinha seria aberta para o jardim, onde podia cozinhar enquanto os via e ouvia felizes, a correr na relva, a contar histórias, a cantar, a brincar com o Sal. Fazíamos passeios pelo campo, conhecíamos de cor todas as ervas e plantas que fariam deliciosos chás, tínhamos sempre flores silvestres a enfeitar a casa, em jarras feitas de frascos de compota e de tomate, seríamos os melhores Chefs com as receitas mais saudáveis do (nosso) Sul e a nossa vida seria ainda mais cheia.
Não faço ideia de quantos anos a Ana esperou (e trabalhou) para ver o sonho dela realizar-se. Mas sei o que temos pela frente, o que nos espera, o que temos de fazer todos os dias para lá chegar. Sei também que já faltou mais, muito mais, para ser assim. Exactamente assim. E que este sabor que nos alimenta os dias se chama esperança. E fé.

* ou uma casa para a vida inteira. »♥«