quarta-feira, 28 de maio de 2014

Da mudança (de paradigma)


Há alturas em que parece mais fácil, outras é mesmo difícil. Custa a entrar na rotina, a fazer o que tem de ser feito, o que sabemos que só nos trará recompensa. Há alturas em que a mentalização se faz com duas ou três conversas connosco, com a nossa voz interior. Há outras em que estamos meses para conseguir marcar uma reunião (connosco). Uma hora, meia hora, uns 15 minutos. Nada. Tudo serve de desculpa e todas as desculpas são boas para procrastinar num objectivo que já foi a nossa forma de estar, de viver e de ser. Há momentos em que só as fotografias, os relatos de quem nos conheceu nessa altura, os meus diários na revista Boa Forma, fazem-me acreditar que um dia fui uma corredora "a sério"; que um dia corri tanto e de uma forma tão leve, tão natural, tão sem esforço, como se fosse essa a minha profissão. Há dias em que não entendo o que me impede de sair mais vezes da minha zona de (des)conforto e simplesmente ir. E zango-me comigo. Há dias em que assumir isto tudo é a coisa mais difícil do mundo.
Mudar de paradigma. Verbalizar, registar e dar o passo para a mudança que queremos ver em nós e que no fundo nada mais é do que fazer o caminho de regresso à essência, a que nos conhece tão bem.
Não são as circunstâncias, os horários, o tempo, as pessoas, a vida, que têm de mudar e ajustar-se aos meus paradigmas. Sou eu, e só eu.

» créditos imagens | the noisy plume