"Aprendi a dar importância às coisas simples. A perceber que há alturas
em que não precisamos de nada mais do que um sorriso, de sentir o sol a brilhar
na nossa cara, de ver os que amamos felizes, de ler um livro ou ver um filme.
Aprendo todos os dias que há coisas tão banais que me dizem tanto: pensar pela
minha própria cabeça, tomar decisões conscientes, escolher os meus amigos, ter
uma família que me ama, não ter nenhuma doença grave que ponha em risco a minha
vida. Descubro também que não sou a única que tenho estas coisas, mas
descubro que, na maioria das vezes sou das poucas que agradece por elas.
Existem à minha volta muitas pessoas que não sabem dar valor ao que têm.
Estão tristes e desiludidas porque o chefe as aborrece, porque os
filhos andam impossíveis, porque andam com uma dor no braço, porque os
amigos não atendem o telemóvel, porque não têm tempo para elas, porque os
pais são chatos, porque o que era bom era ganhar o euromilhões... Na realidade
têm emprego, amigos, filhos, pais, trabalho e ocupação, uma dor suportável e
passageira no braço e sonhos. Têm tudo (ou quase tudo!) Têm as coisas
simples e banais que tantos não têm e lutam por ter: um emprego, amigos,
ocupação, filhos, saúde e a família que amam viva e perto deles. As coisas
simples, banais e ao nosso lado que tantas vezes nos esquecemos que estão lá!"