Não adiar o amor. Uma reconciliação ou uma declaração. Não
adiar mais um gesto que seja bom. Não parar na dificuldade, no medo, naquilo
que não é o nosso coração a ditar, e que nos atemoriza. Não pôr nada de
decisivo dentro de nós à espera tempo demais. Não adiar o viver a vida o melhor
que se puder. Dar valor a quem gosta de nós, exercermos essa gratidão com
humildade e autenticidade. Não adiar um mergulho no mar, dar as mãos a quem se
ama, não dar nada nem ninguém por garantido, não adiar o dia em que se é
honesto para sempre, sem trair ninguém, a começar por nós próprios. Não adiar o
cheio da terra molhada de manhã, o brincar com os filhos, o ralhar-lhes quando
é preciso.
Não adiar mais aquele telefonema que estamos há que tempos
para fazer a uma pessoa de que gostamos, seja qual for a forma desse gostar.
Não adiar o momento de dizer alguém que o amor começou ou
acabou. O dizer bom dia. Não adiar nenhum dos lados da vida, porque a vida
esgota-se e só Deus sabe o que virá depois, e se.
[...] Dei comigo a pensar que passamos demasiado tempo
distraídos na nossa bolha da pressa, da falta de tempo, da falta de atenção, da
energia desperdiçada no acessório ou no que não interessa mesmo nada e, um dia,
acabou. Quase sempre cedo demais, para as contas que fazemos.
Viver em pleno é estar à altura dessa bênção, a cada dia.
Não adiar tudo o que pode fazer de nós melhores e bem aos
que nos rodeiam. Que a vida não espera.
...
*acreditar que tudo acontece por uma (boa) razão e que
hoje o meu santo sintonizou com o deste grande senhor.