terça-feira, 16 de julho de 2013

Ajustar as rotinas

Uma pessoa já conhece de cor o que é trabalhar em casa com os miúdos à volta. Uma pessoa sabe, mas uma pessoa tenta convencer-se (e auto-motivar-se) que desta vez pode ser diferente e que com as mil e uma coisas que inventámos para eles estarem entretidos (legos, reforço gigante de legos, filmes, jogos, cartas, livros de animais com fichas para mini-veterinários, bolas e bonecada no geral) a coisa vai correr bem. Pronto, mais ou menos bem.
Definimos um plano para esta semana: temos de nos revezar. Fomos apanhados de surpresa pela recomendação dos médicos que operaram o Martim (inicialmente disseram-nos que só precisaria de ficar 3 dias em casa - os dois do fim-de-semana e a segunda-feira, no final do dia, quando lhe deram alta, referiram como imperativo ficar uma semana em casa, com o máximo sossego possível).
Desmarcámos uma série de reuniões, contámos com a compreensão dos chefes e dos clientes e vamos tentando gerir da melhor forma possível a agenda. Há dias (ontem, por exemplo) em que é quase impossível sentar para responder a um email. Um simples email. Já para não falar no fim-de-semana. Impossível sair de perto do Martim. 
O meu truque para esta semana é acordar cedo. Ainda mais cedo, ou seja, antes do sol nascer. E por mais cansada que esteja, e estou, por mais que me apeteça acompanhar este ritmo mais lento do pós-operatório do Martim (que tem muito mais sono do que o habitual), não tenho feitio para deixar as coisas andarem, assobiar para o lado e interiorizar o logo se vê, logo se resolve. Complica-me com os nervos ter coisas por fazer. Não as consigo fazer todas nos prazos que queria, pois não. Graças a Deus começam a ser tantas, tantos pedidos e tantas respostas para dar, que a ajuda e o apoio que começo a ter esta semana chegam na melhor hora. Bendita Rita!
Melhor parte deste desabafo: o Martim está a recuperar bem, muito bem, apesar de algumas dores e alguma febre (normais nos primeiros dias), tem sido um valentão e, ao mesmo tempo, um mimalha - só quer beijinhos, abraços e toda a nossa atenção. Um amor só.
E no fundo, bem feitas as contas, é isto e só isto que realmente importa no final de cada dia. Para tudo o mais há sempre uma boa solução. Com um bocadinho mais de organização, espírito de sacrifício/missão/compromisso e, fundamental, muita paixão pelo que se faz.

p.s: e acordar todos os dias com este entusiasmo pela vida, é das melhores dádivas que podemos receber (e partilhar).