terça-feira, 26 de março de 2013

A Mãe que sou

Mantinha a esperança de chegar lá hoje e ouvir que a medicação de quatro semanas e meia tinha operado uma espécie de milagre. Que os exames não tinham mostrado o que temia que mostrassem, que a audiometria não ia revelar apenas 40% de audição no tão castigado ouvido esquerdo e que os adenoides não se iriam parecer com duas bolas enormes que não deixam mais do que uns míseros milímetros para respirar. Mantive esperança que só teríamos de voltar a fazer mais um ciclo (ou dois, ou três) de uma qualquer combinação de químicos e que ele ia ficar bem. Não era a cabeça a pensar, era o coração a rezar. 
Se soubessem o terror que tenho a anestesias gerais, o pânico que me aflige com medo da meia hora que se segue ao acordar da anestesia, o nó que sinto na garganta por imaginar as dores que vai ter depois...
Se sei que estou a dramatizar uma "coisa" de simples resolução? Sei. Se tenho noção que há situações bem mais graves? Tenho. E também sei e também tenho noção que esta nem é considerava grave, apenas precisa de ser resolvida para aportar qualidade de vida. Sei isso tudo e sei que me acham uma grande exagerada (para não dizer parva) porque deixo as lágrimas caírem sem pudor de todas as vezes que (hoje) penso no assunto.
É o meu filho que vai estar naquela sala de operações. E acho que isso explica o resto.