sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Dos atrasos

Aprendi há muito, muito tempo, na minha empresa favorita, que chegar à hora é chegar atrasado. Quando tenho alguma coisa combinada, seja o que for - com amigos, com colegas, reuniões de trabalho ou outros compromissos - chego sempre uns minutos antes da hora marcada. Não acampo no sítio horas antes, com farnel e manta, mas gosto de chegar com tempo, com calma e prefiro esperar [apesar de não gostar] do que fazer esperar. Dia que começa com atrasos é dia que já não me corre bem. Gosto da pontualidade britânica e gosto do sentido de respeito pelo tempo dos outros.
Hoje, num contexto de trabalho, esperei mais de meia hora pela pessoa com quem havia marcado uma reunião. E quando a primeira coisa que oiço é algo como "Não imagina o que me aconteceu: atrasei-me imenso porque o chato do meu marido, que é quem me acorda sempre, não me acordou. Estou possessa!", penso: mas o que é que se passa com as pessoas? Perderam a noção de tempo, espaço e decoro? Então mas se têm alguma coisa combinada, não se asseguram que cumprem o horário? Ficam dependentes dos outros e responsabilizam os outros? Não entendo...
Macacos me mordam se algum dia eu adormecer, me atrasar para o que quer que seja, ou o filho do demo a sete, porque estou dependente do meu marido, da minha mãe, da minha prima ou da minha tia, para me acordarem. É que se esse dia algum dia chegar, vocês internem-me. A sério.