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Neste meu caminho, onde vou recolhendo algumas peças de mim que perdi, por aí, onde vou guardando em mim as muitas mulheres que já fui e que me ajudaram a ser quem sou, sei que vale a pena abdicar, por um momento que seja, de tudo o que temos como certo sobre nós próprios. A estrada torna-se menos monótona, com muito menos paisagens que apenas mostram verde e verde e verde e que acabam por nos causar alguma sonolência. Existem curvas apertadas que fazemos com cuidado, mas que estão lá e tornam o percurso mais apelativo. Existem sinais de trânsito a respeitar e regras de prioriodade que serão sempre o nosso norte e o nosso sul. O destino não importa, o que conta no mundo dos afectos é o caminho.
Com algumas precauções, claro. Porque os outros "automobilistas" podem não pensar exactamente como nós. Podem não respeitar as mesmas regras de trânsito que nós e entrar a abrir "na nossa mão". Mas também é por causa destes infractores emocionais, que trazemos sempre por perto aquela caixa dos primeiros socorros que tem um coração desenhado e muitos analgésicos lá dentro. Que guarda alguns hansaplast e uma dose certa de água oxigenada e álcool etílico que eliminam, logo, qualquer vestígio de uma mal intencionada tentativa de infecção emocional.