...Deus criou a maluqueira. E distribuiu-a muito bem. Não restem dúvidas!
Então querem lá ver que agora as pessoas para segurarem (aiii que medo) o amor da sua vida (que neste contexto parece mais o Chihuahua da sua vida) vão à bruxa??? Ehpá, eu sei que isto não é novo, que a malta numa do desesperanço (e alguns alucinogéneos à mistura) faz de tudo para não perder quem há muito quer fugir. Sinceramente achei que isto era coisa de pessoas mal informadas e que acreditam em tudo. Mas ouvir uma miúda de 26 anitos (pfffff, ó tempo volta pra trás, lai lai lai larailailai), inteligente e culta, aparentemente de bem com a vida, que namora há 5 anos com um rapaz com um perfil semelhante ao seu, a dizer que foi à bruxa porque o namorado anda estranho e ela acha que ele a vai deixar, é caso para uma pessoa ficar transtornada. Eu fiquei! E fiquei por duas razões muito simples:
- Em primeiros porque homens há muitos. Não sou eu que o digo, são as estatísticas. E dizem vocês "ah e tal, mas são cada vez menos os interessantes e há cada vez mais panisgas (os que nasceram assim e os que viraram depois de muitos desgostos com o cromossoma X)". E eu digo: moças, estou convosco e não abro! Mas daí ao papelão de maluquinhas vai uma diferença muito grande, não concordais?
Ninguém faz milagres, e não são 678 avés-marias e 457 pais-nossos e subir e descer 546 vezes a escadaria de Fátima de joelhos e sem protecções, que nos vão trazer o amor de volta à relação... digo eu. Muito menos vamos lá com mézinhas e sacrifícios de bichos e rosas e fumos e maluqueiras dessas e mais não sei quê e um sem número de barbaridades que as pessoas fazem para não ficarem sozinhas.
- Em segundos porque, minhas amigas e meus amigos, só quem quer estar de coração connosco é merecedor do nosso amor. Correr atrás, implorar, suplicar e enganar (porque isto de ir à bruxa e andar armada em Alcina Lameiras da serra, nas costas do namorado/marido é uma forma de enganar quem está connosco) é que não! Quando não dá, não dá. É ponto final e bola prá frente! Outro amor vai chegar e outra vida vai começar. E há que ser prático nestas coisas. Fazer o luto sim. Chorar sim. Faz bem. Limpa. Mas é fundamental acreditar e dar tempo ao tempo, permitir que ele cure as feridas e as feche, para que possamos de novo respirar e ver o mundo como ele é: azul.
Sou defensora acérrima de que devemos investir nas relações. 100% de acordo. Mas investir sempre, desde o princípio e não só quando ela parece querer chegar ao fim e aí damos uma de desesperados. Perceber as causas que levam ao desgaste, à rotina e às mudanças de vontade, sim. 100% de acordo. E a equação é, simples:
se, pesando os prós e os contras da relação no ponto em que está, o saldo for positivo, acredito que devemos fazer tudo para a manter como antes: saudável - se é que o foi alguma vez... porque há muitas relações que nascem condenadas à nascença e nós (burros) insistimos que "nãooooo, este é que é o amor da minha vida" e não é nada... fala a experiência de uma "...fool out of love, that just can't get enough". E nestes casos, nem Alcinas, nem Lindas Pereiras e a sua pomba gira, nem o Bamba nem o Makelele nos safam! Porque lá diz o povo, e o povo é sábio: "pau que nasce torto...", ora nem mais.
Mas o tudo em que acredito não é o tudo deste sentido, de bruxedos, mézinhas, rezas e amuletos. É mais o tudo no sentido do tudo que o amor implica: investir de forma saudável no que faz fortalecer/crescer a relação. E, com imaginação, vontade e aquele amor, há tantas coisas que podemos fazer, pequeninas e tão surpreendentes, que ultrapassam a uma distância de lebre para tartaruga o aparente e ludibrioso poder de uma bola de cristal e a lábia estudada e não comprovada de um qualquer professor Bamba, Bimbo ou Tanga.