terça-feira, 19 de maio de 2009

Contabilidade matrimonial

E quando se trabalha com grupos de 15/20 mulheres ouvem-se muitas histórias, muitos desabafos, muitos sonhos, anseios, saudades e desejos. Às vezes acho que me vêm como psicóloga... deve ser este meu ar de Oprah, versão menos morena (e com menos dinheiro, pois claro).
A conversa de hoje ao almoço era linda, linda, linda. E do mais profundo do meu ser silencioso, qual psic. atenta e paciente, saiu um senhor berro ("JJJJJJAAAAAASUUUUUUS"), que se ouviu até nas Cataratas do Niagara. Reparai nisto, reparai:
"... não, comigo e com o meu homem não é assim. Há dia e hora marcada, porque eu sempre lhe disse que a aproveitar era até termos filhos, depois ia ser mais calmo. Uma vez por semana e e! E como ele aceitou, agora não pode cá vir reclamar". Ma Ke Jeto Moça? Pensei, e pensei dizer, mas não. A convicção com que a moça falou, deixou-me caladinha que nem um rato.
E foi isto. Só. E o silêncio imperou.
E eu penso naquelas história das moçoilas, cheias de boas intenções, que foram viver para Bragança e que enfeitiçavam os homens sérios e casados e que os levavam a sair de casa e a borrifar-se (para não dizer outra coisa) na mulher. Pudera!! Não eram elas que os enfeitiçavam com truques acrobáticos e números de circo, eram eles que acordavam prá vida! E as mulheres (deles) também!
* - mas já ouvi dizer que isto, esta matemática castradora, se passa em muuuitos mais lares do que eu (e vocês?) imaginava. Ó se passa. E não precisamos de ir a Bragança...