quarta-feira, 15 de abril de 2009

Escravos das marcas

Eu sou vaidosa. Ponto. Mas sou vaidosa qb. Não me apanham a bater perna em shoppings (never!), mas já me apanham saltitante a percorrer a Rua do Carmo, o Chiado e toda a Baixa Lisboeta. Essas sim, são as minhas lojas de eleição. Não me apanham a babar por uns sapatos ou por um vestido do estilista-que-todas-adoram-só-porqué-é-moda. Gosto de roupa, claro! Adoro sapatos, siiim! Adoro carteiras, oui oui. Mas não me perco no mundo da moda. E faz-me alguma confusão quando oiço pessoas que só usam Prada, Gucci, Burberrys, Versace, D&G lai lai lai e lai lai lai, e que sublinham de tal forma este só usam roupas assinadas pelo x ou pelo y que me causam algumas náuseas.
Para mim é possível andar muito bem vestida com peças de roupa giras, fashion e acessíveis (com boa relação qualidade preço) sem estoirar metade do ordenado (sei de casos tristes assim) numas calças da marca mais in do momento ou nuns sapatos que só vai usar uma vez no casamento do primo Zé que veio da França.
Tenho uma colega que defende esta máxima: eu compro uma peça de roupa (ou um acessório, ou uns sapatos ou uma carteira) por mês. Mas quando compro é só de marca. Não entro nas H&M's, nem Zaras, nem Berskas nem nenhuma dessas lojas do povo. ts ts ts... que elevação!
E tenho uma amiga (que é cá das minhas), que também compra calças de marca (por exemplo) porque gosta do corte mas combina os seus cenários com peças giras e de qualidade muito aceitável das lojas mais acessíveis no mercado.
Embora acredite que a moda de cada pessoa é ditada pela própria e que cada um de nós faz o que quer com o seu dinheiro e rendimentos e outros que tais, gosto da simplicidade e da despretensão de quem tanto entra numa Fashion Clinic da Avenida da Liberdade, como quem entra na Zara da Rua Augusta. Ambas são fashion, ambas são icons de um estilo actual e que acompanha as tendências da moda. Distingue-as o bolso de cada um. Tanto se apresenta bem vestido quem compra na FC como quem compra na Zara.
O que me deixa muitas vezes fora de mim é ouvir histórias de pessoas que apenas têm dinheiro e ostentam essa riqueza herdada (ou nova-riqueza conquistada) vestidas de marcas dos pés à cabeça. E isso, for me, é do mais bimbo, aparolado, labrego e Quaresma fã que alguém pode revelar de si mesmo.
É como entrar no mundo dos futebolistas e das mulheres dos futebolistas: nem o belo do boxer ou a bela da lingerie escapa à ditadura da marca, menos que uns Calvin Klein (que já nem são nada de upa upa) ou de uns Dolce e Gabbana vestidos por baixo das camisolas/camisas/calças que parecem neons de brilhos e letrinhas que piscam a dizer D&G/A./DSQ são aceitáveis para quem tem muito dinheiro e pouco, mas muito pouco, bom gosto.
* - este post é misto.
Meaning: generaliza os brand addicted de ambos os géneros. Porque não são só as mulheres que se revelam escravas das marcas. Eles também e cada vez mais.