sexta-feira, 17 de abril de 2009

A táctica do gastrosexual

Esqueçam tudo o que viram. O que está a dar é ser gastrosexual.
Em português: homens-que-sabem-e-gostam-de-cozinhar-e-que-usam-os-seus-dotes-culinários-para-conquistar-mulheres-que-se-deixam-levar-com-duas-garfadas.
Apesar do conceito não ser recente, é um fenómeno crescente. Que eu acho absoluta e perigosamente sedutor um homem que saiba cozinhar (e não estou a falar de bitoques, nem de salsichas enroladas em couve lombarda...) acho. Ponto.
Acho sexy um homem de avental (avental esse sem frases labregas a dizer "quem (cu)zinha hoje é aqui o chefe" ou com 47 bonequinhos em posições sexuais duvidosas) e acho igualmente atraente a forma como os homens lidam com os tachos com mestria e paixão - que se revelará (ou não) na "sobremesa".
Estes homens talentosos que tratam os tachos e os Woks por tu, bebem a inspiração em Jamie Olivier (esse inglês tão querido e charmoso a atirar para o balofinho), são pacientes, não são necessariamente giros (aliás, usam estes "truques" para desviar a atenção da sua aparência menos beneficiada), são modernos, solteiríssimos e em ascensão social.
Mas moças, escusam de dar saltos de alegria se julgam que encontraram a Silvina das vossas vidas. Estes rapazes cheios de arte para os cozinhados ficam por aí mesmo, não se dedicam a outro tipo de lides domésticas que incluam esfregonas, panos do pó e pronto-móveis.
Mas também, quem é que se importava com esses pormenores se tivesse um Jaimie Olivierzinho ou um Chakalzinho ou um Henrique Sá Pessoazinho todos os dias entre tachos e panelas a cozinhar, com amor e paixão, só para nós?