quinta-feira, 9 de abril de 2009

amor-i-love-you… mas-a-2500 kms-de-distância!

E ela canta: "You always love me more, miles away
I guess we're at our best, we are miles away..."
Acho curioso, quase a raiar o fenomenal, aquelas relações à distância que funcionam. Quer dizer, que funcionam visto o seu funcionamento pelos olhos de quem as vive, pois claro. É que eu, rapariga inquieta e perguntadora, ponho-me a pensar no: como? Mas como é que funcionam? E que modelo é este de relacionamento? Vejamos: a.) – as partes envolvidas vêem-se de 15 em dias dias, de mês a mês ou (no caso de uma amiga de uma amiga minha, uma vez por mês). Pergunto: chamam a isto um relacionamento?
b.) quando os sujeitos (passivos) desta relação se encontram claro que é tudo cor-de-rosa! Ai não! Tanto tempo sem porem a vista em cima do outro, é normal que os dois, vá três dias que passam juntos sejam os mais fabulosos, românticos, de sexo escaldante em que se experimentam todas as posições e mais algumas e o fim-de-semana termina com: tenho-o-namorado-mais-fantástico-do mundo. Pois tens… Vive é a três horas de distância de ti – e distância voável, não conduzível – que esta última sempre poderia dar para estarem mais dias juntos, não sei, digo eu. Perguntinha: a boa disposição, bom humor, vontade e mais todas as coisas boas de não se verem há milénios, é aquilo que genuinamente são numa convivência face-to-face, day by day?
c.) Como é que fica a história do: ehpá, o que é que ela (ele) estará a fazer a estas horas? Ficou de me ligar há uma hora atrás e ainda não ligou… onde andará? Aka: ciúme e insegurança – há sempre um dia em que batem à porta. Bem, isto sou eu, armada em mete-nojo que não acredita em relações deste tipo. Mas depois tenho amigas que são grandes defensoras deste relacionamento e eu digo-lhes, a brincar, que elas querem é ser solteiras e boas raparigas durante a semana e alguns fins de semana e fingirem que têm namorado de x em x tempo, porque ah e tal já tenho 31 e fica bem dizer que tenho. Defendem as minhas amigas que a distância fortalece a relação; a distância aumenta as saudades; a distância testa a confiança que temos em nós próprios e no outro; e a distância funciona, mas apenas quando tem data prevista para terminar. Dizem ainda que estar longe não é estar distante (aqui tenho de concordar, porque há muitos casais que partilham os dias, as horas, o mesmo espaço e a mesma cama, e estão mais distantes do que muitos dos que vivem a 2500 kms um do outro). Bem, o certo é que não devemos negar à partida uma ciência que desconhecemos, certo? Pois… mas o nunca digas nunca e há sempre uma primeira vez para tudo são clichés que estão fora dos meus dialectos de ternura.