«Pra mim, amor de verdade não é
jazz, gastronomia e nem debate sobre cisgênero. Amor de verdade é brigar pelo
lençol, é disputar o carregador de bateria e ficar puto quando o outro não
atende o celular. Amor de verdade é pentelho no sabonete, é calcinha no box e
cagada de porta aberta. Amor de verdade é ver a tua mulher pelada durante 13
anos e ainda ter tesão. É olhar no rosto do teu filho e comemorar que ele não
herdou a tua cara feia e só se parece com ela. É chegar em casa e ficar feliz
só de ver que todos estão vivos (não precisa nem vir abraçar… é só estar vivo
que já tá beleza).
Amor de verdade
(aquele que dura) não tem poesia… sequer tem trilha sonora. Música dura muito
pouco. Na vida real, a felicidade pode estar no silêncio. O silêncio que me
permite, finalmente, abraçar a minha mulher e ver a porra da minha série do
Netflix em paz. Simples assim.»
| rafinha bastos |