1. conjugar o verbo ir.
2. sossegar no verbo ouvir.
3. praticar o verbo ser.
4. deixar entrar o sol, no verbo
estar.
5. mimar no verbo dar.
Palavras que podiam ser minhas, soubesse eu escrever assim:
«as coisas
maiores da vida não são construídas por nós - nascem em nós, que é bem
diferente. porque não temos qualquer tipo de controle sobre elas. é assim na
família, nos amores, ou até nas coisas mais banais, como os sabores que nos
prendem. em todas estas coisas que sentimos, que temos prazer, carinho ou
vontade, nunca há uma acção nossa para que começassem a ser sentidas. pelo
contrário, é algo que vem de dentro, algures por ali, entre a alma, o coração e
a capacidade de absorver a vida.
é assim no amor.
começa num olhar, num desejo, num riso, e apenas sentimos que algo está ali a
começar. depois vem o encaixe, os dias grandes em que tudo foi bom, os dias
pequenos em que tudo foi difícil, mas em que chegamos ao fim, juntos. sabemos
que estamos perdidamente entregues quando não conseguimos explicar o porquê -
pergunta-se "o que amas em mim?", e a resposta é "não sei.. sei
o que gosto em ti, o que me cativa, o que me prende. mas porque te amo? não sei
explicar". porque é esta não racionalidade que torna as coisas grandes.
mais que um sentimento que se percebe, é antes um instinto que vem de dentro,
sem controle, sem botões on/off. com muita dedicação, cuidado e vontade, claro.
mas a essência, aquele rasgo na pele,
aquele nó na garganta? esse, raios o partam, tem vida própria..»
| j.d. no seu (maravilhoso) momentos
» créditos imagem | the noisy plume