quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

num mundo particular *

Acordar ao lado da pessoa que amo, receber um beijo tão doce como o primeiro, ouvir no quarto ao lado o «mamã» que faz o meu mundo girar no sentido certo, ter muitos abraços no final de cada dia, dar tudo o que tenho e saber-me grata por conjugar todos os dias o substantivo que vivo como um verbo: família.
Olhar para a vida com olhos de ver e gostar dela, apesar das imperfeições, das contas que aumentam, do orçamento que é justo, das saudades de quem está longe, das pessoas que nos desiludem, das minhas falhas e dos erros, das desculpas que às vezes tardo em pedir, da teimosia e do orgulho, apesar da chuva que nos muda o humor, dos dias cansativos e do tempo que não chega para tudo.
Acredito, com todas as forças, que a prática da felicidade nas coisas pequenas gera mais dias bons, atrai mais pessoas no mesmo comprimento de onda e, numa espécie de selecção natural, afasta quem não sente e quem não é neste mesmo ritmo, neste mesmo compasso.
Talvez porque aprendi a aceitar, de coração grato, o que vier. E a deixar ir, de coração sereno, o que tiver de ir.