Daqui
a pouco a casa acorda e começa a rotina. Tomamos juntos o pequeno-almoço,
conversamos rapidamente sobre o dia, todos se despacham para sair e a vida
segue.
Páro durante uns minutos. Aproveito o silêncio para ir além do que vejo, para reparar. Olho
para o meu lado esquerdo, para a lista de objectivos que tenho para este mês. Planos, listas, coisas que quero fazer acontecer. Conheço-me feliz por saber o norte que me guia, e mais feliz por ter no horizonte de espaço e de tempo o sul que me inspira sempre. Conjugo o verbo que nunca me assusta: recomeçar. Sei que o repetirei sempre que for preciso.
Sinto gratidão por ser tudo o que escolhi ser, e por ir aprendendo todos os dias a aceitar-me imperfeita. Sinto a mesma gratidão por ter comigo tudo o que me escolheu, e por me aceitarem e amarem na mesma imperfeição.
Mora em mim a gratidão por sentir uma calma que não tem preço, a que chega com a idade, quero crer, e com as lições da vida, as conquistas e as derrotas, as lutas e os sorrisos, com a liberdade
conquistada a pulso de poder fazer o que quero, quando quero, com quem
quero.
Mora em mim a gratidão pelo passo firme que dei quando decidi mudar certezas e pessoas de lugar.
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