Gosto de ti e desta cumplicidade que cresce. Gosto da tua forma
serena de ser, que é paz no furacão que sou. Gosto de te entender para além do
que dizes. Gosto que o nosso lugar favorito seja perto um do outro. Gosto da promessa que cumpre de no final de cada dia ter um abraço forte
que alivia o peso do mundo. Gosto deste amor que aprendemos a renovar, somar e multiplicar na divisão de um todo. Com tudo e
apesar de tudo. Gosto da tua roupa arrumada ao lado da minha, das escovas de
dentes que namoram, das torradas com doce de framboesa que partilhamos, dos
diospiros e das romãs que descascas para mim em forma de abraço. Gosto da tua
forma organizada, metódica, segura e da tua voz pausada, forte. Gosto das pazes que fazemos depois dos «não» que dizemos. Gosto do que crescemos juntos. Gosto de ti. Gosto mesmo de ti. Do teu ar
confiante e das tuas certezas absolutas. Das tuas mãos, que embalam e
seguram. Gosto de te conhecer tanto e de caber no teu peito. Gosto deste amor
que nos ensinou a saber ser na espera. Este amor que é querer estar. Este amor
que é permanecer, apesar do vendaval, dos buracos fundos, do diz-que-disse no
tempo de quem o tem de sobra. Gosto de olhar para a frente e de te saber ao meu
lado, a dar sentido a tudo, sempre, sempre, sempre.
Gosto de não ter medo do que virá, porque estamos juntos. E isso, em mim, é tudo.
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