1. Uma música.
2. Um livro.
3. Um lugar.
4. Um vídeo.
5. Uma história de amor muito bonita.
Palavras que podiam ser minhas:
«Esta
gaveta de devaneios aqui é meu divã, é nela que entro toda vez que preciso
entender alguma coisa que tá acontecendo na bolha verde e no meu peito. Sempre
tive a sensação de que quando a gente “fala”, consegue visualizar melhor o
sentimento, como se a as palavras fossem o corpo do que perambula lá dentro. Na
real, falar nunca foi meu forte, as palavras da minha infância e adolescência
moraram muito mais no papel do que na boca. Mas o tempo deu jeito de me ensinar
a cuspir as coisas, principalmente as ruins, aquelas que vão criando uma borda
preta ao redor do coração quando a gente não põe pra fora. Hoje eu falo mais
que a nêga do leite, falo com jeito, falo baixo, falo na hora certa (ao menos,
tento!), falo só quando e com quem quero falar. Mas escrever me leva a lugares
onde nunca conseguiria chegar pela boca, o texto é onipresente, não tem bordas
ou fronteiras, é um registro, uma memória, tem pernas próprias, é falar sem ser
interrompido, é entrar em contato com um outro “eu” que escreve.»
» créditos imagem | treasures and travel