segunda-feira, 8 de setembro de 2014

O dia em que nasci Mãe*

O dia tinha chegado. A hora tinha chegado. O minuto tinha chegado. 8h31 e uma certeza: era Mãe. De alma inteira, de coração a transbordar. Mãe.
Não foi fácil, não foi cor-de-rosa, não foi de sonho, tranquilo, sereno, simples. Nada disso. Mas foi o dia, a hora, o minuto em que nasci Mãe. E tudo o resto, passou.
Sentir um amor maior do que eu, que me preenche e envolve. Maior do que tudo e todos. Perceber que o mundo muda um bocadinho de cor, que as certezas se dissipam, que as horas de sono nunca mais serão as mesmas, que as nossas prioridades têm-nos sempre em primeiro lugar, que há momentos de exaustão, e depois os de arrebatamento total.
O que sentimos por aquela pessoa pequenina, aquela pessoa feita de Nós, do nosso plural, passa a ser infinito. Amamos um filho infinitamente. Morremos de amores por ele. E como é tão grande aquilo que sentimos, todos os dias vamos inventando novas formas de lho dizer.
Ser Mãe é ser princípio e fim. Um sentir doce e intemporal, que resiste ao tempo, ao medo, ao mundo, a tudo. É atravessar a vida de mão dada, e sentir a bênção de um fio invisível que nos liga para sempre.

* - 8 de Setembro de 2010. 4 anos.