Deixei de estar focada no
ponteiro da balança. De viver ansiosa e de me pesar todos os dias. De ter medo
de engordar dois gramas e de andar a contar calorias. Passei a
relativizar mais, a ler mais, e a meditar um bocadinho todos os dias, a
sentir-me mais confiante e calma. Aprendi que aquilo que faço, e que resulta
comigo, não é só seguir de forma rigorosa o plano da minha nutricionista, não é
só querer fazer bem os exercícios do meu plano, não é só fazer as pazes com a
balança, não é só aprender a não ceder à fome emocional, não é só encolher os
ombros à opinião dos outros.
Aquilo que faço e que
resulta comigo é tão simplesmente gostar (mais) de mim. E este é um amor que
pode até demorar a chegar, a conquistar-nos, a querer estar do nosso lado para
sempre, a não largar a mão por nada, a ser claque e admirador número 1, a
fazer-nos acreditar que venha o que vier ou quem vier, digam o que disserem,
façam o que fizerem, nada mais importa do que o amor que sentimos por nós. A
prioridade que somos para nós. Quando passamos a gostar de nós, uma dieta passa a ser mais do que um plano que bate
certo, mais do que umas aulas de zumba às sete da manhã e umas corridas no
final do dia. Passa a ser mais do que um objectivo que tem um número. Passa a ser o ponto onde paramos de querer ser a pessoa que não somos, onde paramos de tentar mudar para que outros gostem mais de nós, e onde sabemos, com a maior certeza de sempre, que as pessoas certas gostam de nós exactamente como somos. E isso é tudo o que (mais) importa.