quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Decisões

Deixei de estar focada no ponteiro da balança. De viver ansiosa e de me pesar todos os dias. De ter medo de engordar dois gramas e de andar a contar calorias. Passei a relativizar  mais, a ler mais, e a meditar um bocadinho todos os dias, a sentir-me mais confiante e calma. Aprendi que aquilo que faço, e que resulta comigo, não é só seguir de forma rigorosa o plano da minha nutricionista, não é só querer fazer bem os exercícios do meu plano, não é só fazer as pazes com a balança, não é só aprender a não ceder à fome emocional,  não é só encolher os ombros à opinião dos outros.
Aquilo que faço e que resulta comigo é tão simplesmente gostar (mais) de mim. E este é um amor que pode até demorar a chegar, a conquistar-nos, a querer estar do nosso lado para sempre, a não largar a mão por nada, a ser claque e admirador número 1, a fazer-nos acreditar que venha o que vier ou quem vier, digam o que disserem, façam o que fizerem, nada mais importa do que o amor que sentimos por nós. A prioridade que somos para nós. Quando passamos a gostar de nós, uma dieta passa a ser mais do que um plano que bate certo, mais do que umas aulas de zumba às sete da manhã e umas corridas no final do dia. Passa a ser mais do que um objectivo que tem um número. Passa a ser o ponto onde paramos de querer ser a pessoa que não somos, onde paramos de tentar mudar para que outros gostem mais de nós, e onde sabemos, com a maior certeza de sempre, que as pessoas certas gostam de nós exactamente como somos. E isso é tudo o que (mais) importa.