segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Voltar ao Sul





Voltar ao sul é desacelerar do ritmo dos dias, da vida, das rotinas. É regressar ao campo onde somos sempre tão felizes, é acalmar o espírito, ficar em harmonia com as cores da natureza e do azul profundo deste céu. É não ter pressa para nada, é recarregar baterias, inalar todos os cheiros que nos lembram as memórias boas e certas de tudo o que somos. É levar muito sol na pele, sentir o poder incomparável de uma fotossíntese que nos levanta o astral, que ajuda a pôr tudo em perspectiva e a relativizar o que até há dias, antes de pisar este lugar de paz, nos consumia uma boa parte da energia. 
Voltar ao sul é valorizar com tempo e afecto um pôr do sol cor-de-rosa, é namorar as noites estreladas, é apanhar figos, uvas e romãs e levar na memórias dos dias muito bons a simplicidade das pequenas coisas.
Voltar ao sul, ao nosso querido sul, é voltar aos verdadeiros dias compridos, aos que se saboreiam devagarinho como os gelados que mais gostamos. É ter mais tempo para nós, para mim, para eles, para o outro lado de nós que gostamos de cultivar, renovar e ampliar quando estamos juntos, num tempo que é só nosso e do qual não abrimos mão. Por nada.

» créditos imagem | às 9 (no interior do sereno, doce e apaziguador Alentejo)