Foi um fim-de-semana em modo exercício de resistência. Ontem ainda nos queixávamos das pernas doridas. Mas ao mesmo tempo sorriamos a rever as fotos e os vídeos que fizemos nestes três dias.
Subimos e descemos trilhos, falésias, caminhos meio incertos. Tínhamos todas as indicações (da Evasões e de mais umas pesquisas que fizemos) e sabíamos ao que íamos e como nos devíamos preparar (uns bons ténis são fundamentais). O certo é que as palavras não serão nunca suficientes para nos descrever os cenários paradisíacos que encontrámos nestas duas praias. Bem como serão manifestamente parcas para vos explicar a proporção de dor muscular e de alegria na alma. A alegria superou o esforço, sem dúvida.
Se nos pedissem para escolher entre as duas maravilhosas praias que descobrimos este fim-de-semana, a nossa resposta, dos cinco (dos seis, se o Sal falasse) seria em uníssono Ribeira do Cavalo. Não que a Praia da Ursa não seja O verdadeiro paraíso. Porque é. É linda, é arrebatadora, é luminosa, de um azul turquesa tão especial que quase (quase...) compensa todo o esforço de escalar falésias. Mas não se compara à de Sesimbra e é, tenho de o dizer, perigosa no acesso (se forem conhecer, escolham sempre o trilho da esquerda, o menos sinuoso e levem ténis...), é pequena para tanta gente que já a descobriu e é pouco dada a mergulhos por causa das imensas pedras. Ainda assim, é inesquecível pelas colossais pedras da Ursa e do Gigante, pelas enseadas da Palaia e do Pesqueiro (que só conseguimos explorar quando a maré está vazia), pelo azul que se mistura com um verde deslumbrante, pelas imensas flores silvestres que acompanham toda a encosta, pela lenda da mãe ursa, que o Martim decorou e que jamais vai esquecer, e pela recompensa final que nos espera: um trilho de amoras selvagens que (quase) nos fazem esquecer mais de uma hora de uma subida muito dura e com tantas paragens que valeram as muitas fotografias que já vivem na nossa casa.
» Praia da Ursa, Sintra
