«As nossas expectativas guardam uma determinada arrumação para a vida. Temos as nossas previsões e esquemas. Mesmo inconscientemente vamos traçando uma espécie de guião para o que a vida será. Mas é importante nunca dar por terminado o fluxo espantoso da vida e a capacidade que ela tem de nos surpreender. A nossa vida é uma curiosa adição de parcelas e encontros que nós dominamos apenas em parte, e assim está bem.
Acho que não podemos desistir de cultivar as nossas esperanças. Pelo contrário. Devemo-nos aplicar aí com a paciente entrega que um jardineiro experimentado reserva ao seu jardim. Ou então com a teimosia nos navegadores perante as paredes que o mar levanta. As nossas esperanças merecem o afinco quotidiano; merecem o nosso andar apressado; valem a paixão que nos empurra para o interior do tempo; justificam a fadiga, a tensão, o desgaste. A nossa esperança reflecte-nos. E quem nos quiser conhecer profundamente, aceite-nos ouvir falar daquilo que esperamos.»
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