quarta-feira, 19 de março de 2014

O Pai

O pai acorda, mima, dá beijinhos, veste, dá cereais, apressa-os, lava dentes, prepara lanches, veste casacos, responde às mil perguntas matinais de quem acorda sempre com vontade de muita conversa, leva ao colo até ao carro, às vezes ainda pára no jardim e deixa-o apanhar flores para a Margarida e para a Zé, leva-o à Creche, despede-se dele com o maior abraço do mundo (a duplicar, peço-lhe sempre, porque falta o meu).
Volta ao final da tarde para ir buscá-lo. Cedo o suficiente para ainda ir ao parque. Leva a bola favorita e deixa-o gastar a energia que sobra. Volta para casa. Prepara banho, dá seguimento ao jantar que deixei organizado, tira o Martim do banho; chega o mais velho, ajuda nos trabalhos de casa enquanto termina o jantar. Retoma a rotina antes de dormir, lava dentes, conta história, canta a canção favorita, dá muitos beijinhos, muitos abraços, todo o amor do mundo [a duplicar, peço-lhe sempre que não estou, falta aquele bocadinho do meu amor, dos meus beijinhos, do meu colo]. Ainda volta para a sala para ajudar o mais velho na preparação dos testes ou dos trabalhos de grupo. Passa das onze e meia quando  consegue sentar-se no sofá. Respira fundo, quer ganhar coragem para ler alguns capítulos do seu livro novo. É vencido pelo cansaço. Daqui a pouco começa tudo de novo.
O nosso pai querido é tantas vezes pai e mãe. E enche-me de orgulho  por ser como é. E apaixona-me todos os dias um bocadinho mais. E faz-me feliz. Muito feliz.