Hoje fiz tudo o que não se deve fazer. Horas seguidas sem comer nada. Não almoçar. Ou melhor, almoçar e jantar numa mesma refeição no final da tarde, não beber água nenhuma (valeu-me o chá), correr para todo o lado, apanhar uma molha e ficar com os pés gelados, toda eu gelada, quase o dia todo. Sentir o coração parar (de novo) quando aparece o nome da creche do Martim no telefone e o da escola do irmão, hoje foram os dois; respirar de alívio por saber que estavam bem, que eram só informações de actividades extra-curriculares para um e papéis do seguro para o outro. Terminar tudo, dar o máximo para conseguir terminar tudo. Não consegui. À noite compenso.
Depois ir buscar o Martim. Sol. Receber o maior abraço e sorriso do mundo. Sol. Ouvir mil histórias atropeladas umas nas horas, o que almoçou, com quem brincou, o conto do dia, a aula de ginástica, o seu amigo Gonçalo que brinca sempre com ele, as meninas que não brincam com ele. Sol. Chegar a casa. O Sal. Festa. Saudades. Alegria. Correria. Está feliz, faz-me feliz. Sol. Um banho quente, faz milagres na minha energia. O creme com o melhor cheiro do mundo. Um pijama com cheirinho a lavado. Adoro. Preparar lanche para eles. Almoço e jantar para mim. Deliciar-me com uma receita# que andava há dias para experimentar, e que compensou todas as horas que sonhei com este bocadinho assim: casa, conforto, família. O melhor do todos os dias.
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# massa fusilli salteada com salmão e legumes, aromatizada com molho de iogurte, hortelã e lima. (sol)
