Parece sempre o Natal
de uma família italiana. Barulhentos, de riso solto, gargalhada fácil, música, abraços por tudo e por nada, mesa farta, mulheres com amor pela cozinha, pelo
acto de cozinhar e de levar sorrisos a quem prova. Somos muitos à mesa e há
sempre lugar para mais um. Gostamos disto, deste barulho, desta confusão, de
passar horas na cozinha entre tachos e conversas. Há lágrimas de saudades de
quem já não está entre nós e é sempre lembrado e a alegria da vida que se sente com os miúdos
sempre à nossa volta, de riso feliz, e gritos e as brigas e as pazes dos
primos, irmãos, amigos. Há este conforto incomparável de sentir o coração compassado
porque estamos todos juntos, porque assim é que é Natal e porque não há nada de
melhor na vida do que sentir o abraço e o amor de quem muito amamos. E este é o
melhor presente de Natal que a vida me podia ter dado.