Falamos todos os dias sem excepção. Há dias em que falamos mais do que uma vez. Por tudo e por nada, por pequenas coisas, só porque sim e porque temos saudades uns dos outros. Porque é a única forma de encurtar a distância e acalmar a ânsia dos abraços que fazem falta. Temos falado ainda mais nos últimos dias. Todos. Pais, mana, sobrinhos, primos, amigos, todos. O entusiasmo com a nossa chegada é contagiante, estão tão contentes que me comovo. Falamos de listas disto e daquilo, de coisas que queremos fazer juntos, de filmes de Natal, de passeios, de pessoas que nos querem ver, das receitas da minha mãe e das coisas que levo encomendadas para trazer. Neva, está um frio que não se compara com o que sentimos aqui, menos 8, menos 10, menos 12. Eu, que ando sempre a morrer de frio, que só estou bem de mantas e cachecol de lã, de luvas e gorro e uma espécie de look anti frio siberiano quero lá saber das temperaturas negativas. Quero ir!
Os fatos de neve, as botas, as pranchas e o arsenal bélico de quem se perde naquelas montanhas lindas está a postos. A nossa montanha favorita abre pistas a 20 de Dezembro. Nós chegamos a 21. Estamos a torcer para que neve nessa noite. Muito, muito, muito. Neve a potes, nevões. Domingo, dia 22, com muito sol e aquela luz maravilhosa, lá estaremos a dar as boas vindas ao Inverno, a fazer o tradicional boneco de neve, a encher o coração com a alegria dos miúdos, a beber Caotina bem quente numa esplanada a dois mil e muitos metros de altitude e a agradecer à vida por poder receber este presente de voltar a casa, abraçar os meus e terminar da melhor forma possível este ano de 2013.