Porque é mais ou menos assim que
defino aquele dia, 8 de Setembro de 2010. Mentiria se dissesse que foi o mais
feliz da minha vida. Com tantas horas de espera, com um susto que nunca mais
vou esquecer, com horas aflitivas a ouvir coisas numa língua que não era a
minha, com um ataque de pânico que me marcou para sempre, nunca poderia ser o
dia mais feliz de todos. Mas foi, seguramente, o dia que marcou o começo dos
dias mais felizes de todos. Porque quando se é mãe, quando se recebe esta
transfusão emocional, este amor que alimenta os dias, este sorriso aberto em
cada manhã e que nos faz relativizar o resto, os dias são todos maiores e a
maioria são dias de verão. Quando se é mãe a paixão que sentimos não termina
nunca, porque o coração duplica de tamanho e porque passamos a ser feitas de
mel. Sentimos que temos uma nova alma, que nada do que vivemos antes se
aproxima do que estamos a viver agora e que a vida ganhou plenitude, serenidade
e paz com esta tão grande revolução que se opera dentro de nós.
Três anos depois. Não há nada no mundo melhor do
que ser Mãe. Nada.
...
*a primeira (transfusão emocional) que recebi, a que aconteceu antes de tudo, a que veio dar um novo sentido à
minha vida e a que fez de mim a pessoa que sou hoje, diz, com toda a convicção
do mundo, que tão bom como ser mãe é ser pai. E eu acredito.