Sou pessoa crente. Sou pessoa que acha que consegue ir à praia com os miúdos e ter uma tarde sossegada. Levo tudo o que quero ler e mais alguma coisa. Levo música para pôr em dia, levo o meu inseparável caderno de notas, levo canetas e marcadores e levo uma esperança que termina logo nos primeiros dez minutos que aterramos na areia.
Os mais velhos pegam um com o outro até mais não e até ir cada um para seu lado surfar. O Martim não sossega um segundo e, quando os irmãos andam entretidos nas ondas - que é sempre - requisita a minha atenção para tudo. Ele é a apanha da concha, ele é a Copa do Mundo, ele é Roger Federer vs Nadal, ele é o Castelo de Windsor, ele é a piscina olímpica, ele é o Nelson Évora, ele é tudo menos sossegar. Que é lá isso de sossegar?
Maneiras que o arsenal de coisas que levo para me entreter nunca chega a ver a luz da praia. É a vida. Pode ser que na próxima semana a coisa amaine, com a companhia do pai e dos amigos. Para já e durante esta semana, ora numas manhãs, ora numas tardes, vou fazendo exercício do bom (lado positivo da coisa). E enchendo de beijos este miúdo que tão depressa me consome a paciência como me renova a energia, o amor, a paixão e a vontade de viver colada a ele para todo o sempre.
