segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Pirem-se daqui enquanto podem

Que isto hoje está do mais lamechas que podem imaginar.
Tudo porque a minha mãe faz anos e porque eu tenho muitas saudades dela e dos abraços dela e das nossas conversas e dos mimos que tem sempre para mim. Porque sou uma filha muito mimada e porque a minha mãe faz-me muita falta, muita mesmo. 
Hoje já nos falámos umas quantas vezes ao telefone (como acontece todos os dias, mas hoje mais), já lhe cantei os parabéns com o Martim, já lhe liguei a perguntar o que anda a fazer, o que vai ser o jantar, então e o bolo e os presentes e a voz embargada e aquele nó na garganta das muitas saudades que apertam.
Era suposto estar lá nesta altura. Se estou feliz pelas razões que me prendem aqui, fico sempre nesta dualidade de sentimentos que em dias como o de hoje me transformam numa pirosona, chorona e de beicinho do pior. Com a agravante de ter ficado ainda mais melosa e filha-galinha desde que fui mãe e que passei a entender a minha mãe de uma outra forma, de um outro jeito, com uma outra compreensão e um outro olhar. Nunca sei explicar isto muito bem e acho que só uma palavra define com alguma exactidão o que sinto: cumplicidade.