segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Mas às segundas-feiras também há coisas boas

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Depois de semanas a ler, ver e ouvir o rumo que este país segue a passos largos, sem dúvida que me choca a falta de moralidade, de justiça, e da leviandade com que assistimos da primeira fila à corrupção de dirigentes e ex-dirigentes, e acenamos com a cabeça num sim constante, como aqueles bibelots kitch em formato de cão, que se colocavam no tabliê do carro, conjugados com os rolos de papel higiénico enformados em chapéus feitos de croché.
Pergunto-me, de que forma posso eu mudar o rumo que a humanidade leva?
Todos os dias lembro-me de apelar à lei da causa e efeito, ao sânscrito Karma, ou então, como a minha formação religiosa me ensinou, a desejar justiça divina. Infelizmente já não deito nela descansada a minha cabeça, e mantenho um olho sempre aberto, pois temo, tal como os gauleses, que o céu me caia, a qualquer momento em cima da cabeça (sinceramente acho que já caiu, pelas dores de cabeça recorrentes que tenho).
Talvez porque sou mulher, e nas mulheres habita uma maior esperança e sensibilidade, tento apoiar-me na lei da física, de que "para toda a ação exista uma reação de força equivalente em sentido contrário". Espero sincera e fervorosamente, que quem de direito receba de volta o mal em intensidade equivalente ao mal causado.
Este ano não recebo subsídio de férias, nem de Natal, não porque seja funcionária pública e ganhe 1000 euros (sim, esse ordenado milionário) mas apenas pelo facto de estar desempregada, resultando da simples causa de ter decidido ser mãe, e isso não ser compatível em efeito, segundo o meu ex-director, com a minha profissão.
Dependendo da doutrina e dos dogmas da religião discutida, ou apoiada na lei da física, a causa e efeito, na sua essência, focam sempre as ações e suas consequências, resta saber é em que fase de retorno estaremos nós actualmente, e quantos efeitos ainda poderemos esperar.  
Como as crónicas da Sofia Rijo, no Expresso.