Gosto da rotina de Domingo em dias que já não são de praia. De passá-lo em família, com o tradicional almoço em casa da avó, do cheirinho especial que só as cozinhas das avós têm e que me traz à memória uma infância tão boa, tão cheia de mimo.
Gosto do mimo todo que a avó dá ao Martim. Gosto que ele lhe dê os bracinhos assim que a vê, que adore ficar com ela, que não estranhe quando eu saio, que nunca faça birras e que fique tão bem com os avós como fica comigo e com o pai.
Gosto da comidinha especial que a avó prepara com muito carinho para o nosso pequeno pirata, mesmo quando ele só come as primeiras duas colheres e a avó não se zanga com ele. A avó nunca se zanga com ele. "Estraga-o" com todos os mimos e diz-nos que os avós são para isso mesmo, fica de lágrimas nos olhos quando dizemos adeus e está sempre ansiosa que chegue a próxima quarta-feira e o próximo domingo para estarmos todos juntos outra vez.
E nestes dias [como em tantos outros] eu fico ainda com mais saudades dos outros avós que estão longe, tão longe, e que também morrem de saudades do seu neto biju. Saudades dos nossos almoços, das nossas conversas, das nossas gargalhadas, da cumplicidade, do amor de todos por todos e daquele colo que conheço de cor e que tanta falta me faz.
É domingo, e vamos para a casa da avó. É dia de mimo e tarte de ameixas.
