Eu faço parte daquele grupo de mulheres que adora cozinhar. De verdade. Adoro criar receitas novas, seguir com entusiasmo uma receita que uma amiga me deu, olhar com curiosidade e avidez para todos os truques da Mafalda Leite Pinto, deliciar-me com a graça e o jeito do Jamie Olivier, com a prática e a originalidade do Chakal, ou com o know how, e um certo
je ne sais quoi, do Henrique Sá Pessoa. Adoro e mesmo estando [quase] careca de ouvir que já não há fadas do lar, que isso é coisa do antigamente, e que já não se usa as mulheres gostarem de cozinhar [e ainda por cima o afirmarem com orgulho] e gostarem da "lida da casa", eu gosto. Gosto mesmo. Chamem-me o que quiserem. Eu gosto. Ponto final.
Mas também gosto, e é este o ponto, daqueles dias em que fico de lombo estendido no sofá, de comando, ou livro, no colo, e Ele vai para o meio dos tachos e me surpreende com a melhor iguaria do mundo. Adoro os dias de dolce fare niente, e sabem-me pela vida estes momentos de mimo sem fim.
