quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Tão verdade, mas tão verdade#

"prefiro chegar, do que ver"

"a celebração constante do mundo virtual está sempre a ser interrompida pela fisicalidade, com os seus obstáculos inultrapassáveis (como se viu no caso dos mineiros de Atacama).
a capacidade de comunicar pouco pode contra a força física, quando esta não comunica.
vemos depressa, mas chegamos devagar." MEC, no Público
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remete-me este excerto para a consideração (talvez inócua), que a comunicação e a sua virtualização não são, nem nunca serão, um substituto do contacto físico em si. é apenas mais uma forma de comunicar, mas nunca a mais essencial, nunca a mais urgente e muito menos a mais verdadeira. só a voz, os olhos, os movimentos corporais, o tocar, isto é, tudo o que é físico em nós, permite comunicar de forma real com outra pessoa.por isso não entendo quem 'comunica' mais no mundo virtual do que no real. inadaptação? defesa?
não sei, mas por mim, nada substitui o abraço quando se vê um amigo, o toque de uma mão a meio de uma conversa, a palavra mais alta que quebra o raciocínio, o olhar instigador, que mostra a discordância. as conversas virtuais sempre me pareceram mais enormes monólogos do que diálogos concretos. não há o acto pergunta-resposta, ideia-contra-ideia, pensamento-reacção. e é isso, essa parte física, esse contrapor que define a pessoa, as suas ideias, as suas palavras.

por mim, prefiro chegar, do que ver. ainda não foi (nem acho que virá a ser) criado um sistema virtual de comunicação que substitua a tertúlia ao café, os debates ao jantar, ou a simples divagação numa esplanada noite dentro..



coisas de velho, talvez.