sexta-feira, 7 de maio de 2010

Por falar em viagens frequentes

Talvez esta tenha sido uma das viagens em que apanhei maiores picos de turbulência. Esta é, para mim, a parte mais aterrorizadora nas viagens de avião. Morro de medo quando aquele bicho gigante dos ares começa a tremer por todos os lados e, se por acaso entramos em algum poço de ar, passo a ser a devota mais devota do planeta e é ver-me conjugar todas as orações dos anos de catequese como se não houvesse amanhã. Fico branca, trémula e digo mal da minha vida...
Nesta viagem, além de tremer como varas verdes, dei por mim abraçada à minha barriga e a pensar o que sente o bebé... sente o mesmo medo que eu? A mesma ansiedade? O mesmo, ai Jesus, tira-me daqui rápido, e eu prometo nunca mais comer Nutela à colherada...?
Como se não bastasse o medo que uma pessoa sente, há sempre alguém ao lado que é um verdadeiro Rambo e lembra-se, naquela precisa hora de agonia, das histórias mais desgraçadas da humanidade... a Ramba que vinha ao meu lado só fez este "belíssimo" e "espertíssimo" comentário:
"Pois... está grávida... sabe que a Luísa Beirão (sabe quem é?) teve a primeira filha com 27 semanas, porque passava a vida a viajar... e a minha irmã perdeu um bebé por causa do mesmo... Mas não se assuste, não há-de ser nada."
E pronto, penso que não preciso de dizer nada. É que é mesmo isto que uma pessoa quer ouvir numa hora destas... Claro que é. O meu médico garantiu-me que até às 36 semanas posso viajar sem problema. Mas uma pessoa fica sempre apreensiva quando ouve estas histórias, certo?