terça-feira, 11 de maio de 2010

Eu tenho pena das pessoas burras

E das más e das que falam por falar e daquelas em que é preciso fazer um desenho para explicar tu-di-nho. Talvez assim fira menos a Vossa sensibilidade, Suas Altezas Reais.
Para todos os outros, normais, digamos assim, a peça vale o título, a crítica e a reposição.
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Sinopse
"Esta inspirada peça de Mark Ravenhill concrega toda a sua brutalidade, inteligência e ironia no título, que nos faz mergulhar no seu imaginário. De facto há dois planos políticos que se entrecruzam e tecem a peça:
Foder e ir às compras é, por um lado, um check-up à sociedade de consumo e, por outro, revela uma sensibilidade extrema quanto à dinâmica das relações. Mark, um toxicodependente em recuperação, comprou Robie e Lulu no supermercado, duas pessoas que passaram assim a viver com ele e a ajudá-lo no seu tratamento. Diz procurar relações que não signifiquem nada, que sejam como transacções, uma vez que proclama "nada de dependências". São personagens que usam o dinheiro como anestesia, que fazem do consumo uma vacina para o desejo para, no limite, se tornar explícito que não dá.
Uma reflexão sobre a globalização, a violência e o corpo, questões que estão definitivamente instaladas nas sociedades contemporâneas e que se materializam em aberturas e rasgos no cenário de cartão e em actores que vomitam palavras."