terça-feira, 20 de abril de 2010

Obrigada, a ti*

Admiro pessoas optimistas. Admiro pessoas corajosas. Admiro pessoas que olham para o copo e o vêem sempre como meio cheio. Admiro pessoas de garra, feitas de energia positiva, de sorriso contagiante e pensamento lúcido, mesmo nos piores momentos. Admiro a Vanessa.
Não sei o que faria se perdesse a minha irmã. Não sei o que faria se deixasse de a ouvir todos os dias (dezenas de vezes por dia, só para dizer olá, só para contar alguma traquinice de um dos meus sobrinhos, só para me ouvir a dizer que tenho saudades dela, só para a ouvir, só para a ouvir), não sei o que faria se ela deixasse de estar ali, sempre para mim, não sei o que faria se um dia perdesse aquele que é o meu maior e mais seguro porto de abrigo, aquela que, aconteça o que acontecer, está sempre do meu lado, sempre pronta a cerrar os dentes e defender-me até ao fim, sempre pronta para me dar a mão, para me admirar, para me elogiar, para me entender e, tantas vezes, me orientar. Não sei o que faria se perdesse a minha irmã.
Sei. Acho que sei. Acredito que me inspiraria na Me e na família da Nídia, que encontraram no seu sorriso e na sua coragem, o alento para continuar a viver sem uma parte deles. Uma parte tão importante. São pessoas assim que nos fazem acreditar que a nossa força, somada à dos que nos querem muito bem, é capaz de tudo. Até mesmo de sorrir, quando só nos apetece chorar.
Não te conheci, mas senti-me parte de uma fase em que todos quisemos ajudar, ser úteis numa causa que abraçámos como nossa. O sentimento de frustração fica sempre, por não ter sido possível ajudar-te neste caminho. Mas o sentimento de orgulho e admiração por tudo o que mostraste, também. Não te conheço, mas um dia vou conhecer, onde quer que estejas, e vou-te dar um beijinho, na mão, e agradecer, muito, por esta lição.