
E por isso, por isto tudo e por ser assim e só saber ser assim, é que provavelmente vou continuar a ser solteira, não cedendo a esse estigma da solidão ou à felicidade que amigos e família teriam por me verem encaminhada, grávida e logo de gémeos, porque está na hora e eu já perdi muito tempo.
Porque eu quero alguém que seja tudo. E quero alguém que seja mais do que um pedaço de betume para tapar os meus buracos emocionais. Não quero uma substituição preguiçosa, conveniente, apaziguadora dos dias em que a solidão ataca. E não estou a falar de Príncipes, porque nesses, há muito tempo, eu deixei de acreditar. Falo de pessoas comuns, como eu e como vocês, com defeitos, imperfeições, medos, angústias, ansiedades, dias tipo TPM e de não-vontade de nada. Falo de pessoas que querem e sabem amar, que estão dispostas a enfrentar, uns dias com um sorriso, outros com uma lágrima, aquilo que se vislumbra como uma das tarefas mais difíceis das nossas vidas: entender e aceitar as diferenças. E mesmo que não as entendam, porque não é assim tão linear, que as aceitem.
É difícil encontrar alguém assim? Sim, é. Mas não é impossível. Pois não. E nisto eu continuo a acreditar. Muito.