Então deixa ver se eu entendi, ok? Tu terminas o namoro comigo. Mentira, foi pior. Tu pedes-me um tempo porque “ah e tal, estou confuso e não sei quê, tretas”. Eu não dou tempos, porque tempos dão-se no futebol. Por isso é F, é I, é M, é FIM FIM FIM. Eu choro umas horas, vá uns dias, pronto, admito, foi um mês, mas passa. O luto está feito, sigo em frente. Tu voltas e dizes “sabes, tu és uma pessoa fantástica e tens um coração enorme e…” zzzzzzzzzzzz, a esta hora já durmo com o teu discurso de candidata a Miss Portugal, e rematas com um “adorava que fossemos amigos”. Amigos? Amigos? A-M-I-G-O-S?? Ó meu amigo, amigos já eu tenho que chegue, obrigada. A porta da rua é ali, adeus e goodbye.
Passam seis meses depois desta peça mal ensaiada de Gil Vicente. Voltas à carga - sendo que durante esses seis meses me abalroaste com 1001 sms, mails e toques velados que mandas pelos amigos. Muito bonito, muito adulto, sim senhor.
E, seis meses depois, voltas à carga com este discurso: tenho que te dizer que esperava mais de ti – diz ele em tom solene. Esperava que durante este tempo tivesses provado o teu amor, aquele que dizias ter por mim. E esperava que tivesses vindo atrás de mim. Afinal fiz bem em ter tomado a decisão de terminar o namoro.
… (caras pessoas que lêem neste momento este post, dou-vos uns minutos de reflexão, o caso é grave)
Pára tudo imediatamente. Vamos esmiuçar este miúdo, bora? Bora lá.
Então espera, tu dizes que queres um tempo, eu digo que não, tu continuas firme na decisão e terminas, porque não sabes o que queres da vida. É justo e legítimo. Não é assim tããããão natural, aos 33. Mas isso são outros quinhentos. Eu descabelo-me, sofro, mas sigo em frente, comme il faut. E agora, passados estes meses todos, tu dizes que esperavas que eu (eu??!!!) tivesse ido atrás de ti? Que eu (eu!!??) tivesse provado o meu amor??? Oi??? Mas isto é uma cena para os apanhados dos Morangos com Açúcar? Mas que idade é que tu tens, moço?
Mas eu mereço isto, pessoas? Mereço? Alguma mulher (ou homem) merece sofrer, passar por um desgosto quando nada fazia antever que o rapaz estava “confuso”, e agora, depois de até se sentirem assim pró recuperados ele vem e diz “ah e tal, tu é que não vieste atrás de mim”?! Tadixo. É pena, com 33 aninhos, uma inteligência interessante, um sentido de humor marcante (aliás, nota-se neste episódio) e uma carinha engraçada, não tenhas noção nenhuma de coisas tão importantes e decisivas em qualquer relacionamento, de amizade ou amor: equilíbrio, bom senso, coerência, respeito, amor-próprio e sentido de oportunidade. É tudo o que queremos, em bom.
Ah, e Prozac, toma uns quantos. Vais-te sentir para lá de melhor. Parvo!