segunda-feira, 6 de julho de 2009

Santinhas do pau oco

A minha avó chamava a certas pessoas as santinhas do pau oco. Honestamente nunca percebi bem a origem desta expressão, mas o povo (que é soberano) sabe tudo! O certo é que sempre usei esta sabedoria popular para definir aquelas pessoas que à frente são uma coisa e atrás outra. As sonsas, portanto. E isto tanto se aplica a elas como a eles.
Hilariante mas a raiar o deprimente, é perceber que uma colega minha se comporta de uma maneira quando está connosco, entre colegas, e de outra, radicalmente oposta, quando o marido está presente. Hoje estavamos a falar de combinar uma saída na sexta-feira. Só mulheres e com o pretexto de ir comemorar a gravidez de outra colega. Diz ela "Temos de combinar isso muito bem combinadinho de forma a que o G. pense que eu não quero ir mas que vocês insistem muito muito muito e eu vou. Que tal?" Que tal que não acho normal. Que tal que não me entra na cabeça tal comportamento e que tal seres tal e qual o que és de verdade à frente do teu marido? A justificação (!) que nos dá sempre, (depois de nos pedir que façamos um grande teatro à frente do marido e insistir muito muito muito para ela sair connosco - coisa que vai recusando com ar de maria madalena, e que só aceita depois do marido (que cai sempre) dizer " ó querida, vá lá sair com as suas colegas. Que mal tem? Vá distrair-se um pouco. Eu espero por si, cedo, em casa" - é que o bicho é muito ciumento, detesta que ela saia de casa sem ele, sufoca-a com controlo de telefonemas, net e afins. E ela lá vai fazendo estas cenas cada vez que combinamos alguma coisa e vai causando algum constrangimento entre nós.
A verdade é que, delicamente, já lhe perguntámos porque não é sincera com o marido e lhe diz que de vez em quando gosta de sair com as colegas/amigas. Mas diz-nos sempre o mesmo, que além dos ciúmes, o G. avisou-a antes de se casarem que os direitos são iguais, e que se um sai com os amigos o outro também o pode fazer. E ela não quer que ele saia com os amigos, porque tem medo de o perder.
Et voilá! É a isto que muita gente chama relação/casamento. E é a isto que muita gente chama amor. No me lo creo. Ou, em versão CR7 (agora 9! por supuesto que si, coño!!), no me acredito. Nem eu, filho, nem eu.