segunda-feira, 20 de abril de 2009

amores quase possíveis

What if you had a second chance with the one that got away?
A história é simples: faltou-lhes um bocadinho assim, como no anúncio. A diferença, em relação ao anúncio, é que esta história não é doce, não é protagonizada por um bicho azul e estranho (com voz de parvo) e a moral da história não é: come-mazé-um-iogurtinho-destes-bem-carinhos-todos-os-dias-e-vais-ver-que-ficas-como-eu: azul e com esta voz irritante.
Apaixonados. Namoraram anos. Famílias contra o namoro (ela rica, ele pobre). Separados à força - ela foi estudar para bem longe (tipo lá para a terra do Shreck) e ele continuou a vida dele. Sem ela. E ela... mais ou menos. Sem ele. Anos se passaram e ambos refizeram as suas vidas. Outros amores, filhos, carreira e vida normal (vida normal?? que é isso??).
Há duas semanas deu-se o reencontro. No aeroporto. Ambos tinham acabado de se despedir das respectivas famílias e ambos (sem saber) viajavam com o mesmo destino. O olhar cruzou-se. Tremeram. Perceberam o inevitável. O tempo parou e tiveram a certeza que o passado continuava ali, igual a si mesmo. Ainda gostam muito um do outro. Ainda pensam muito um no outro. Em traços largos esta é a história de alguém que conheço e que está prestes a dar o salto da sua vida: largar tudo (apenas levando os filhos) e ser feliz com o único homem que amou a vida inteira. Passaram 2 noites juntos, no mesmo destino para onde viajaram a trabalho. Reviveram tudo e têm a certeza que querem ficar juntos, custe o que custar.
Grande coragem, grande amor.
Na sociedade em que vivemos ela é já qualificada como inqualificável. Cabra, adúltera, doida, sem cabeça - vai trocar o marido, o casamento, desfazer a vida toda por um amor do passado. Só está a pensar nela e nem sequer percebe o sofrimento que vai causar aos filhos. E o mesmo se passa em relação a ele, mas menos. Porque é homem, logo é tudo mais aceitável.
Fiquei confusa. Fiquei com mixed feelings em relação a esta história. O que é isto dos amores mal resolvidos? É isto mesmo? De que vale viver a vida toda a fingir que se vive? Deita-se tudo para o alto assim? Mas porque não arriscar e ser feliz de verdade? E o sofrimento? E a dor? E a alegria de viver? E os filhos versus o grande amor das nossas vidas...
Eu não percebo nada do amor. Mas tenho para mim que se estivesse do outro lado, do lado deste alguém que eu conheço, arriscava sentir. Arriscava viver. Acho.