não tenho tempo e nem disponibilidade emocional para
coleccionar rancores ou arrependimentos. estou sempre tão focada em resolver,
que não tenho tempo para remoer. não tenho espaço sentimental para as azedas da
vida. apanho-as, como toda a gente, pelo caminho que sigo; mas dou-lhes a
volta, usando uma técnica de malabarismo mental entre a aceitação (do que não
posso mudar) e a persistência (pelo que acredito que está nas minhas mãos).
sei que há batalhas que me exigem ser soldado na
trincheira da frente, e guerras onde fico apenas sentada no gabinete de
estatística a contar as perdas. sei também que há momentos em que fico a meio
das duas posições, à espera de sentir um sinal de fumo a sair do mapa que me
guia. Reconhecer onde estou neste momento, já é por si um conforto.