segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

re co me ça *

tomei esta decisão há seis anos (fará seis anos em setembro, sempre setembro). fui devagarinho, com passos pequeninos, uns mais seguros, outros completamente a tremer. disse e repeti a mim mesma: se acreditas, confia. se acreditas, tenta. se acreditas, não desistas. 
falava (falo) de mim para mim. inspirava-me (inspiro-me) com a minha coragem e o meu salto de fé. abraçava-me (abraço-me) a cada superação. dizia vai miúda! em cada novo degrau que a vida me fazia subir. dava-me colo em cada queda que me fazia partir. e repetia como um mantra: todos caímos, nunca tenhas vergonha de tentar e falhar. 
tive sempre boas pessoas à minha volta. boas energias. gente do bem que acredita em mim. soube soltar a mão de quem-não e de quem-nunca. cuidei de mim e do meu coração. fui boa para mim quando escolhi ouvir (muito mais) a minha intuição. 
hoje, quase seis anos depois, agradeço-me. digo e repito a mim mesma: obrigada por tudo!
sim, ainda há (e vai haver sempre) dias em que a ansiedade das contas para pagar, do tempo que me falta para tudo o que me proponho fazer, da pressão dos outros, da minha pressão, dos sacrifícios, da força que acho que tenho que ter sempre, dos nãos que oiço tantas vezes, dos dedos apontados que alguns tentam disfarçar, dias em que essa ansiedade e a dúvida querem fazer morada no meu peito. mas nesses dias-assim-assim, lembro a mim mesma o que me prometi naquele primeiro dia do resto da minha vida: coisas boas acontecem a quem não perde a fé.