Ter um sonho, uma ideia que faz brilhar
os olhos e acelerar o coração. Partilhar a ideia, perceber que tem consistência
para avançar, passar a ter um projecto. Acreditar, com todas as forças, que vai
mesmo acontecer. Que vai acontecer e que vai correr bem. Fazer-me rodear de
outras pessoas com o mesmo comprimento de onda, a mesma sintonia, a mesma
energia e o mesmo entusiasmo pela vida, pelas coisas bonitas e pelos projectos
que têm na essência o envolvimento de muitas outras pessoas, a vontade de
divulgar o trabalho de gente talentosa, a fórmula "dividir para
multiplicar".
Correr atrás do sonho e manter-me firme
no plano, fazer uns ajustes, limar umas arestas, esperar, trabalhar, esperar,
trabalhar, correr, correr muito, gerir frustrações, dias cinzentos e más
energias. Cair, esfolar os joelhos, uma e outra vez. Cuidar, curar, sarar. Sacudir
a poeira, secar as lágrimas, respirar fundo, voltar a ver o sol nascer, um dia
após o outro, voltar a acreditar que o caminho faz-se a andar e as
contrariedades da vida são só a chuva que cai antes de vermos o arco-íris. Faz
parte. E é só a ordem natural da vida. Aceitar.
Ainda não é Setembro, o mês mais doce da
minha vida. Ainda tenho uns dias de férias no horizonte, no azul mais
apaziguador do mundo, rodeada dos amores que a vida me deu e dos outros amores
que são uma extensão de nós. Ainda não é Setembro, mas o meu coração começa a
bater mais forte pelo aproximar de um novo ano. Um recomeço. Um
delicioso recomeço. Fresco. Leve. Solarengo.