há um tempo
atrás, procurava muitas vezes a ordem que me fazia falta aos dias. procurava
perceber o que tinha que mudar para não ter uma permanente sensação de estar
sempre a correr, de sentir (no desespero do tempo que não sobrava) que dava
pouca atenção ao(s) que mais me importa. ainda procuro a ordem que me faz falta
nos dias. ainda há dias em que me sinto sem tempo. mas hoje, algum tempo
depois, já não soçobro em mim mesma. aprendi que a vida não é simples e
nunca vai ser. aprendi que na vida tem que se aprender a fazer simples e que dá
(mesmo) muito trabalho simplificar. hoje, guardo(me) 15 minutos por dia.
religiosamente, imperativamente, sem falhas. são 15 minutos meus, só meus.
quase sempre de manhã, com a luz que só eu (madrugadora) conheço. e podia
trazer para aqui uma série de benefícios alinhados com os manuais de
mindfulness e slow living. mas eu, faço-o em nome da leveza do meu coração (o
que alguns chamam de sanidade mental..). faço-o em nome da serenidade
essencial. faço-o em nome da ordem desordenada dos dias. e faço-o em nome do
bocadinho de paz que faz a diferença a vida: menos peso nas costas.
faço-o por
mim. porque acredito que a vida não se muda sozinha.