«(...) também podemos chegar às respostas
certas depois de muitas respostas erradas. Também há essa versão. Aquilo de
podermos sempre falhar melhor,
nas palavras de Beckett. Bom assim. Falhar
melhor é uma formulação que respira. Falhar
melhor é coisa de gente que não
atira a toalha ao chão, de gente que não entrega os pontos. Pelo menos, não
enquanto o jogo não chega ao fim. As nossas vidas. As nossas vidas e os
terrenos movediços onde todos os dias vamos a jogo. E, invariavelmente, com a
sensação de que as regras do tal jogo são incompreensivelmente reveladas em
cima do acontecimento. Por isso é que talvez seja melhor a versão em que não
antecipamos assim muito e fazemos e não fazemos e dizemos e não dizemos e
gostamos e não gostamos e estamos e deixamos de estar e queremos e não
queremos.» | mar queirós de araújo |