quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

sobre tudo aquilo em que acredito*


«(...) também podemos chegar às respostas certas depois de muitas respostas erradas. Também há essa versão. Aquilo de podermos sempre falhar melhor, nas palavras de Beckett. Bom assim. Falhar melhor é uma formulação que respira. Falhar melhor é coisa de gente que não atira a toalha ao chão, de gente que não entrega os pontos. Pelo menos, não enquanto o jogo não chega ao fim. As nossas vidas. As nossas vidas e os terrenos movediços onde todos os dias vamos a jogo. E, invariavelmente, com a sensação de que as regras do tal jogo são incompreensivelmente reveladas em cima do acontecimento. Por isso é que talvez seja melhor a versão em que não antecipamos assim muito e fazemos e não fazemos e dizemos e não dizemos e gostamos e não gostamos e estamos e deixamos de estar e queremos e não queremos.» | mar queirós de araújo |