temos muita tendência para esquecer das regras mais básicas
sobre isto de ser feliz.
uma das maiores é que quase tudo (eu acho que é mesmo tudo) o que nos faz
crescer por dentro está à distância de uma vontade só: a nossa. e, melhor parte
de todas, é grátis. pouco me importa (na verdade importa-me zero) que lhe
chamem de clichê, de frase feita, de lugar comum, de pouco original e nada
criativo. não precisamos de andar a rebuscar palavras e a construir grandes
narrativas para percebermos, mesmo, a ciência simples que está na base da
felicidade. um bocado de sol, uma praia por perto, areia nos pés, água do mar,
miúdos livres, pensamentos alinhados com a força das ondas, pessoas no mesmo
comprimento de onda, o sorriso de um desconhecido, um gesto de bondade, poder
ir e voltar sem hora marcada, fazer desvios no caminho, tropeçar na
serendipidade da vida, acolher o que é de acolher, largar o menos, voltar de
pulmões cheios, pisar chão firme, ter quem nos abrace e nunca, por nada, deixar
de acreditar que o que nos faz bem, faz sempre sentido.