«Para
encontrarmos o amor dentro de nós - o amor mesmo, não o que a sociedade diz que
é o amor, aquele cheio de apego e de serventia para nós mesmos - é preciso
estar-se muito quietinho, sentir a angústia que pode surgir quando estamos
muito quietinhos, sem fazer nada, é deixarmo-nos sentir tudo o que surge sem o
negar, sem querer sentir de outra maneira, ou ser de outra maneira, é esperar,
é sentir o medo com que se fica quando se está quieto, aquele medo de não
estarmos em controlo, de estarmos a perder alguma coisa, de não estarmos a assegurar a
nossa sobrevivência, o medo de sermos apanhados ou ultrapassados ou ignorados,
é passar por isso tudo, sem nenhuma garantia, só porque se acredita.»
| marta gautier |